Esse texto é um desabafo:

 

Sempre tive vontade de ter uma marca. Criação e criatividade sempre me acompanharam. Desde criança eu desenhava roupas, inventava negócios: vendi camisetas que ilustrava, costurei tiarinhas de pano, vendi bolo na faculdade, criei fantasias de carnaval. Sempre existiu em mim essa inquietação de colocar algo no mundo que fosse meu.

 

O momento em que tudo ficou claro foi quando eu estava em um escritório, vivendo a vida profissional “correta”, mas profundamente infeliz. Sentia que não estava colocando nada meu no mundo. Eu sabia que não seria uma má chefe de mim mesma, porque sou muito comprometida com horários, com cronogramas, com metas. O que faltava era coragem de mergulhar de vez.

 

A Fúria nasceu daí: de um desejo de liberdade, mas também de compromisso. Ela é força, intensidade, artesania. É o nome que carrega algo íntimo meu, mas que eu escolhi dividir com o mundo. E talvez o que só a Fúria entregue seja justamente isso: um lugar onde cada pessoa pode se encontrar também.

 

O caminho, claro, nunca é simples. A maior dificuldade não foi criar, mas sim manter a marca de pé ao longo do tempo. Como vender o ano todo? Como sustentar a chama acesa sem apagar a própria energia? E também: como lidar com o excesso de ideias? Porque eu tenho muitas, o tempo todo. Mais do que consigo executar. Às vezes meu maior desafio não é inventar, mas escolher no que focar.

 

Já pensei em desistir? Todo empreendedor pensa. Mas nunca de verdade. Porque eu sei que é isso que eu quero fazer. Eu me lembro sempre de que não vejo os bastidores das outras marcas, que todos enfrentam perrengues. E que talvez seja justamente isso que me faz querer mostrar mais a realidade da Fúria: imperfeita, mas viva e mudando sempre.

 

Em 5 anos, sonho que a Fúria ande sozinha. Que eu não seja a única pessoa a fazer tudo, que haja uma equipe maior, clientes-amigas, projetos personalizados, coleções marcantes de carnaval e, quem sabe, um braço da Fúria que fale mais com a casa das pessoas? Ta vendo? Mais uma ideia. Sonho em poder viver apenas disso, e me despedir de vez de qualquer outro emprego fixo.

 

Quero que quem acompanha a marca saiba que eu sou uma criadora. A Fúria existe por muita vontade e muito amor, ainda que nem sempre ela se sustente sozinha. Se eu pudesse falar com a Tainá do passado, eu diria: vai com calma. Nem sempre será fácil, mas você finalmente encontrou algo que gosta de fazer e isso é um privilégio e uma força.

 

Ter uma marca autoral é viver entre o caos e o encantamento. É lidar com dúvidas, cansaços, sonhos grandes demais e recursos pequenos demais. Mas também é acordar com uma ideia nova e sentir que ela pode mudar tudo.

 

É, no fundo, sobre continuar. Continuar criando, mesmo sem garantias. Continuar acreditando, mesmo nos dias em que parece difícil. Continuar sonhando, mesmo quando ninguém está olhando.

A Fúria é isso: um movimento que começou dentro de mim, mas que só existe porque encontra eco nas pessoas que se aproximam, se identificam, se emocionam. É uma construção conjunta, artesanal, afetiva e intensa.

 

Obrigada por acompanhar, por vestir, por apoiar, por estar aqui. Essa história não é só minha, ela é nossa.
E ela está só começando. 

❤️